22 de mar. de 2008

Atlântida Elo Perdido e o Clã de Ciclistas


No último domingo, dia 16 de março em Atlântida, ocorreu a 6ª Etapa da 4ª Copa União/Gatorade de Ciclismo, com um total de 104 atletas de 30 cidades do Estado. Foi a prova que menos gente conhecida encontrei, talvez pela distância e também porque o verão e as férias já se foram, porém em compensação com mais parentes juntos que já vi.

O nível do circuito foi relativamente fácil, mas não muito para mim, que passei uma noite de muita tensão, depois de ficar até tarde arranjando os pneus na bike. Eles são muito bons, mas no item manuseio e troca deixam a desejar para mãos femininas, porque são com arame.

Com o apoio de dois amigos, sendo que um deles estava se recuperando de um acidente ciclístico (onde fraturou os punhos e por conta disso, não podia fazer muita coisa) e o outro ciclista apareceu em casa bem tarde da noite, eu fiz a troca.

Bem cedinho, rumei ao encontro do meu carona. A viagem foi tranqüila e chegamos até com folga de horário, no que eu não aproveitei a oportunidade de fazer inscrição logo, e ganhar a camiseta. Dei bobeira devido ao meu gosto por novidades e fui olhar uma exposição de brasões de família que me fizeram perder a noção de tempo. Eu e a expositora e ciclista começamos a conversar, quando vi “baubau” acabaram as camisetas.

Gostei de ver a galera do litoral que apoiou e participou do evento.
Na minha categoria não houve muita surpresa, e novamente a Tanara abocanhou o 1º. lugar do feminino. Modestamente fiquei com a 5ª. colocação. Nas outras provas, a surpresa da open foi o 1º. lugar para Jair Soares da Acivas Beto’s Bike de Porto Alegre, liderando a prova desde o início.

Legal foi a participação do papai-ciclista Ivan Santos (3º. lugar na categoria Máster A pela equipe da União de Ciclistas de Canoas) que levou sua filha Djulia Kubiaki que disputou pela categoria infantil, ficando com a 5ª. colocação, além de ser mais uma estréia feminina.

Mais ciclistas também compareceram em família: os já conhecidos irmãos Rogério e Wilton Américo, ambos da Startec Dtools de Porto Alegre que fazem dobradinha; pela equipe Oda Bike de Novo Hamburgo pai e filho: Geverson e Guilherme Porciúncula também são exemplo, na categoria Amador e infantil, respectivamente. Igualmente Silvio Soares, na categoria Master A e sua filha Jéssica (Infantil), além de Darmes e Alex Labatut, ambos de Caxias do Sul (Open) são exemplos de pais e filhos que participam das competições. Ainda em família, temos os primos: Ivan Zeni e Ana Zeniol da equipe Acaci de Caxias do Sul. E os dois últimos ilustres desses clãs são: Darcy Egon e seu filho Júnior da Gofit/Cicle Darcy de Novo Hamburgo.

Algumas famílias do pedal vão longe; mal foram definidas as vagas do feminino para a disputa em Pequim e a atleta Clemilda Fernandes, tricampeã da Copa América, é a ciclista mais bem colocada no ranking mundial e uma das grandes favoritas para pedalar na China. Clemilda com 28 anos faz parte da conhecida família Fernandes em Goiás. São 12 irmãos. Difícil é lembrar tantos nomes : Clemilda, Janildes, Márcia, Uênia, Sandra, Flavia, Carolina, Bruna, Marcinha, Neilson, Ronei e Geneci. Comenta-se que o pai queria um time de futebol, acabou saindo uma equipe de ciclismo. As fortes candidatas a Pequim este ano e que pedalam na mesma equipe na Europa: Janildes, Clemilda e Uênia chegaram a ser “rivais” até que, em 2005 perceberam que a união faz a força. Enquanto não pedalavam juntas, elas pouco podiam fazer senão torcerem umas pelas outras nas disputas.

Bem, quanto a mim, considero o pessoal das provas como "a grande família”.

17 de mar. de 2008

MIX no pedal em Caxias do Sul


Fiquei conhecendo, mais um pouco desta vez, da cidade que me apresentou ao Estado do Rio Grande do Sul. Estive visitando Caxias do Sul em 1985 e foi só depois de mais de 24 anos, que vim morar e conhecer Porto Alegre, onde resido há 8 anos. A cidade cresceu, e é hoje considerada a segunda mais importante do Estado.

Assim que cheguei na rodoviária, no domingo 9/3/8, 9:00 hs da manhã, considerando que iria participar em alguns minutos, de uma prova de MTB nos arredores da cidade, da qual nem dispunha ao certo do endereço da largada. Havia apenas lido no site da FGC, sobre a festa e a Linha 40. Tento ligar para o Guilherme W. e o telefone dele não pega!
Toco com pneus lisinhos estrada afora, meio que seguindo às cegas.
Mas vou! Por fim chego atrasada, e ainda tenho que trocar pneus.
Afê, que correria!

Trocados os pneus, com ajuda de dois ciclistas parcerias entro na prova, e vou me distanciando dos demais, mas sem descer da bike, nem abandonar o trajeto.
Percebo que vêem outros ciclistas de outra categoria atrás, em alta velocidade, vou mais para o canto, e ainda faço uma gritaria para avisá-los que estou na frente.
Quando eles passam vou me acalmando, que ainda tem chão, e muito chão batido pela frente.

O calor se faz forte e tira ainda um pouco mais de energia.
A prova está boa e não vi nenhum PC, imagino que esteja perto, porque vejo uns guris parados numa árvore gritando “Vai Indicatti, vai”. Penso comigo mesma: nossa ele já vem pra sua segunda volta, e eu nem cheguei ao PC. Nisso, um rapaz me oferece água e não posso parar nem descer da bike, já que estou numa lomba, ele despeja água em minhas costas.
Valeu!

Pedalo ao lado do guri da categoria infanto-juvenil, e ele reclama que está difícil, no que retruco pra ele ser grato, porque podia ser pior lá pra frente. Aparece o PC, em seguida da lomba, mas dispenso a água. Logo, noto que estamos na pista de asfalto, e ao que tudo indica, estamos chegando.

Certo... estava certa! Apenas, que quando vou entrando na linha de chegada, estranho por não ver todas gurias por ali. Pergunto para os organizadores e respondem que tenho que ficar ali esperando as primeiras. Já estou parada ali há muito tempo e ninguém passa.
Nos meus cálculos fiquei em torno de 20 a 30 minutos, e só depois disso, vejo passarem as primeiras gurias.
Não entendi nada!?

Olhando depois, nos tempos e colocações noto que eu ainda deveria ter seguido mais uma volta., até porque, o tempo da 5ª colocada em relação à 1ª. foi de uma diferença de 1’15”.
Pergunto: porque não fui orientada continuar mais outra volta.
Afinal, como eu cheguei juntinho do 2º. colocado na categoria infanto-juvenil na 1ª volta, pergunto como eu perdi a possibilidade de continuar na disputa?
E Agora José?
No caminho tinha uma pedra....tinha uma pedra no caminho.....Tinha sim, mas o caminho era fácil seguir, difícil foi a pouca orientação recebida ali no momento crucial da prova.
Chamo isso nadar, nadar e morrer na praia.

Voltei muita cansada de lá, apesar de vir de ônibus novamente para casa. Pois, sai da competição e segui rumo a São Vendelino, mais uns 30 km. Almocei num bar do Parque de Exposições Mário Bernardino Ramos, que ainda não conhecia. Como era último dia do evento, que acontece a cada dois anos, entre fevereiro e março, a cidade passa por uma transformação que remete a suas raízes italianas e sua metade colonial, portanto a permanência com bike por ali, em meio a multidão estava inviável.

Gostei muito do cheiro de uva nas estradas, não só pelos seus parreirais, e pelo vinho de Caxias do Sul que são os responsáveis por colocar a cidade como importante pólo econômico do país. A cidade cresceu, e é hoje considerada a segunda mais importante do Estado.

Fiz desse evento um Mix que contou com variadas etapas que passaram pela Festa da Uva em sua 27ª. edição, a viagem de ônibus, as estrada de chão e asfalto com paisagens belíssimas e muitas subidas e descidas onde se pode pedalar forte.