27 de jul. de 2017

Carona prá que ti quero



Ao término do evento esportivo de atletismo do circuito de corridas Sesc, no ano de 2015, na cidade de Atântida Sul litoral gaúcho onde obtive nos 10 km, a colocação do terceiro lugar na categoria feminina. Tive que esperar a premiação e acabei perdendo o último ônibus para capital.

Não havia nenhum hotel na cidade para pernoitar com um preço acessível, por isso comecei a perguntar quem sabia de alguma pessoa que me desse carona.
Já era mais de 10 da noite quando ofereci dividir a gasolina e consegui a indicação de uma corredora para a outra corredora que aceitou me trazer para Porto Alegre.

Porém, eu não a conhecia, e nem as outras duas pessoas que viriam no mesmo carro. Eramos em quatro, o casal, a motorista e eu.

Na volta nos perdemos de um outro grupo noutro carro que eram amigos da motorista e do casal. Houve um certo tumulto da motorista que passou a tentar se comunicar pelo celular com este pessoal do outro carro, mas logo eles nos passaram na estrada. A motorista puxava conversa, pois talvez estivesse cansada, ou mesmo com sono, quando em um trecho da freeway, próximo a Santo Antonio da Patrulha, o nosso carro foi abalroado por outro veículo que até nos tirou da autopista tamanha a força do impacto. O outro motorista saiu da terceira pista e nos atingiu dentro da nossa faixa que era a da direita, mais próxima do acostamento.

Justamente a colisão se deu bem atrás do carro, no lado em que eu estava sentada. Ainda que estivesse usando cinto, meu pescoço fez movimento para frente, chamado chicote, que é ir para frente abruptamente e voltar depois com uma espécie de deslocamento nele.
Isso é muito doloroso.

Quanto ao carro que eu estava, rodopiou e caiu fora da rodovia, prá dentro do mato indo se ancorar numa árvore. Eu perdi os sentidos e não me lembro da batida, apenas que eu estava sem poder mexer o pescoço e conversava com um casal no acostamento. Eles disseram que pararam para vir em nosso auxílio. Eu também sentia muita dor num dos braços que devo ter batido, mas eu não entendia o porque de nosso carro estar naquela situação. Logo, me dei conta ao ver a motorista sendo retirada para entrar na ambulância que já estava ali prestando socorro.
Expliquei aos socorristas que estava sentindo muita dor pelo corpo e sem poder mover o pescoço. Eles me colocaram na ambulância junto com a motorista que apenas ficou meio presa no carro, mas não teve nenhuma lesão como as que eu tive.

Ao chegarmos ao pronto socorro, por volta de meia-noite e meia, passamos por procedimentos médicos. Eu fui submetida apenas a raio-x do braço e medicada para dor. Acho que foi só isso! A pior hora foi quando chegaram o pai e o marido da motorista, já que o carro acidentado estava em frangalhos. Como eu fui liberada antes ficamos aguardando a saída dela do atendimento. O casal que viajava junto nada sofreu, mas se deslocou também para o hospital na esperança que o carro dos outros colegas viessem em auxílio, mas os mesmos não vieram. Agora tinha um carro para seis pessoas. sendo que uma que era eu mesma estava bem ruim.

A Patrícia que era a motorista, foi liberada e me perguntou como eu iria voltar?
Eu disse que tinha meu filho em casa, mas não tínhamos carro. E ela foi para o carro do pai com seu marido e mais o casal, e me deixaram lá sozinha, até que a outra corredora veio me perguntar como eu ia embora, e eu lhe disse que não tinha como voltar naquele estado mas que então me devolvessem o dinheiro que eu tinha pago pela carona, prá eu tentar arranjar um jeito de voltar naquela hora avançada da madrugada. Bem rapidamente a coisa mudou de rumo e resolveram me incluir no único carro!

Num mesmo dia, foram duas experiências muito horrorosas!
A Patrícia pediu meu número e disse que me ligaria para saber do meu estado, mas não o fez.
Acabei tendo que me submeter a novo atendimento no HPS de Porto Alegre pela manhã do domingo, pois assim que entrei em casa enquanto estava conversando com meu filho notei um enorme galo no lado da cabeça, o que me fez ficar com medo, muito medo de ter sofrido alguma lesão mais grave desse acidente. Cansada, triste e dolorida pensei em nem dormir, mas me apliquei uma compressa com nabo branco que aprendi usar pelos ensinamentos
do professor Kikuchi da macrobiótica e que evitaria qualquer coagulo na região da afetada pela batida no vidro que devo ter dado. E, dai senti-me melhor para dar um cochilo.
Fomos na primeira hora da manhã ao neurologista do Pronto Socorro que me avaliou, mas não pode fazer qualquer outro procedimento, pois o dia do acidente já tinha passado. Fez uns testes para ver se eu tinha ficado com algum traço de problema mais grave e deu que estava normal.

Quanto as lesões do pescoço foram sendo tratadas.
Minha médica homeopata solicitou atendimento de um neuro para que eu fizesse uma tomografia na cabeça e a mesma demorou alguns meses para acontecer. o resultado foi normal. Fui a uma consulta na fisiatria do Hospital de Clínicas que recomendou sessões de fisioterapia que perfizeram um total de 20 sessões para a dor no pescoço. Por curiosidade descobri outra alternativa para essa dor que transformou-se em sequela, a clínica de Osteopatia que eram sessões bem relaxantes, mas que foram bem caras e por isso passei nela apenas duas vezes.

Dai passei a analisar as causas do acidente que tanto mal me causou e uma delas foi a atitude do motorista infrator que estava alcoolizado e foi preso em flagrante. Quando procurei a Patricia novamente para saber do Boletim de Ocorrencia do acidente eu descobri que ela não queria processar o motorista infrator. Mas, eu queria sim, e a partir dai foi muito corre corre até chegar no lugar certo, com a Polícia Rodoviária Federal e que a Patricia havia me omitido neste registro. demorei para ir até a sede da Polícia Rodoviária para que eu conseguisse incluir-me no BO que a Patrícia fez sem me incluir como vítima do acidente em seu carro.

Foi uma grande incomodação, bem como com gastos.

Processei o motorista que na audiencia, no Forum de Santo Antonio da Patrulha alegou que deu outro carro para a motorista e a mesma nunca lhe contou em que estado eu tinha ficado após este acidente
Por isso meu alerta é de que ao combinarem uma carona, tenha muita cautela nesta hora!