8 de abr. de 2008

Ida ao Raly e chegada no Audax




Foi a minha primeira vez numa prova de Raly no interior do Estado.
No princípio, tive ímpetos de conseguir um parceiro ou parceira para me acompanhar, mas fico devendo essa para uma próxima, “se Deus quiser”.
O organizador do evento, Leonardo M. de Souza, da Átria Esportes de Aventura me auxiliou como pode, mas infelizmente, não aconteceu.
Mesmo sabendo que iria só, encarei este desafio e pé na estrada.
Bem cedinho, tomei o Trensurb até S. Leo. Pensei que encontraria pelas ruas alguns dos participantes do Audax/2008, que estava rolando aqui por PoA, nesse domingo, onde fui esperar as chegadas dos participantes, logo mais de tardinha.
Em Ivoti, no posto Charrua, o ponto de nosso encontro, a largada estava prevista para às 9:30.
O clima era muito bom!
O calor prometia ser dos fortes, mas como a região é previlegiada em áreas verdes, isso não assustou muito.
Nunca tinha visto uma planilha dessa modalidade de competição, por conta disso, estava insegura e mais ainda, por não ter podido ir com minha MTB Trek, já que a mesma não estava, nem com pneus para trilha, e nem com o velocímetro, que aliás, era imprescindível nesse caso.
Optei por ir com a outra MTB GT, que tinha os acessórios, só que o velocímetro por falta de uso ou pilhas fracas me deixou empenhada.
Na largada funcionou bem, depois da ajuda do amigo Marcos Netto que conheci, e do já conhecido Helton, que foi quem fez os arremates finais para eu entrar na prova com velocímetro funcionando.


Não fui muito feliz na largada, pois além de ser a última, estava só e não tinha mais ninguém na frente, por conta disso, segui errado o trajeto, e ao invés de pegar à esquerda fui à direita, e tive que pedir informações a uns moradores da região, bem como convencê-los a informar se viram passar alguns ciclistas por ali, o que contribuiu muito para que eu conseguisse encontrar o trajeto certo novamente.
Lá no ínicio da primeira trilha é que foi pior ....Tinha um cavalo pastando, bem atravessado no caminho, que era um veio muito estreito no mato. Eu sou apavorada com esse animal, talvez por não ser gaudéria/prenda, e ter tido muito pouco contato com a espécie em toda minha vida. Foi uma dificuldade passar por ele, sem chamar sua atenção. Enquanto ia passando, ele ficava resmungando, e eu me fazia, e nem respirava forte pra não chamar sua atenção.
Ufa! que sufoco, qual...sufoco ainda estava por vir, lá pra frente, nos trechinhos estreitinhos e com muita vegetação fechada. A bike não respondia aos meus esforços, e suei muito a camisa naquela trilha. Mas, a recompensa vinha logo à frente, quando avistava-se o PC1. Tomei um tombinho básico, antes disso, e vi que bati a canela direita na coroa que me feriu meio profundamente. Sai pensando que era barbadinha e o sol estava escaldante nesse horário, a água da caramanhola quente. Ainda não via nenhum ciclista, mas logo a realidade foi mudando e foram aparecendo os primeiros, que já vinham voltando.
Bem, pelo menos eu sabia que não dava pra se perder de novo. E depois do asfalto vinha novamente trecho de chão batido, e muita subida.
Parecia mais fácil agora, mas quando há excesso de confiança, ai a coisa engrossa.
Dito e feito!
Parei junto a uma gurizada de bike. Moradores da região, e eles me disseram que eu estava perto do PC 2. Segui mais um pouco com a companhia deles, muito curiosos com tudo. Quando vi que estava atrasada novamente, quis acelerar e encarei uma lomba cheia de cascalhinhos, com areia e terra muito seca...Foi a conta... ao estar próxima do topo o pneu escorregou e zázzzzzzzz... fui com tudo ao chão, o pé preso e a bike por cima. Ralei o cotovelo direito e bati as palmas das mãos. Eu mesma ri....e me censurei pelo meu esforço em vão.
Cheguei logo ao segundo PC.
Surpresa: Outra trilha no mato. Essa já mais ligth para mim, mas a bike continuava me deixando na mão, nas horas necessárias! Soube que tinha um casal há uns 5 minutinhos na minha frente, mas não os encontrei infelizmente. Logo que sai da trilha me perdi novamente. Depois de ficar andando e perguntando, meio que à deriva, um motoqueiro me indicou uma subida numa rua que era pura pirambeira. Encarei e acabei encontrando o casal de ciclistas vindo em minha direção e me dando o rumo certo da chegada.
Salva por hora!
Foi assim, que após vivenciar essa feita, ainda encarei de volta uma das estradinhas mais movimentadas, a BR 116 até PoA.
Inevitável não querer vir ver o encerramento do Audax, e me enfiei pedalando pela FreeWay, até o DC, já que por ali o trecho é bom e tem acostamento decente!
Cheguei lá, por volta das 15:30 h, morrendo de fome e com os ferimentos meio ardentes.
Vendo aquela festa toda de muita gente reunida, por um mesmo propósito “O ciclismo em nosso sangue”.



Fiquei muito contente.
Poderia estender mais este relato, que teria ainda muito assunto, no entanto, não posso e não devo deixar de mencionar a presença dos brasilienses no Estado, assim como, a grande feita do Guilherme Buitrago, 11 anos, que se tornou o brasileiro de menor idade a obter o brevet do Audax 200 km.
É Muito Show!