19 de jul. de 2010

Medo da chuva

Já que percebo sempre a tendência nas pessoas de copiarem umas às outras, vou aqui também plagiar o bom e velho rock and Raulzito, especialmente no trechinho da letra medo da chuva.

Antes lembro que tem um dito ciclone passando por essas bandas, e é esse o motivo de tantos dias com tanta água! Saio sábado de busão, volto e me entoco na baia. Sem a menor chance de sair de fazer algum esporte.

Mas, domingo eu quero ver o domingo passar. E acordo disposta a ir à luta, mesmo com o tempo que está, e assim me preparo para caminhar alguns kilomêtros até o meu clube. Só consigo me aprontar depois de algumas olhadinhas na internet, e por fim com todos os requisitos necessários prontos me retiro de dentro de casa. É um domingo chuvoso, as ruas estão encharcadas de água, poucas pessoas caminhando à pé, nenhum ciclista que se preze, tampouco vejo corredores de rua, apenas carros, ônibus, lotações e motoboys(a serviço da comodidade dos que ficam dentro de casa porque chove lá fora)! E faz tanto frio, me dá vontade.

Vontade fiquei mesmo foi quando entrei para piscina coberta, e vejo ali, bem na frente de tudo, o aviso da competição de natação, no CEI de Campo Bom. É um complexo esportivo na cidade, muito bonito e que abriga várias modalidades esportivas. Como era neste domingo de manhã me lembrei apenas que, no ano passado eu fui disposta a acompanhar o evento, num dos dias, pois eu não tinha como ir me hospedar para participar dos dois dias de provas. Portanto, me sobrou a alternativa de pegar a bike e sair no pedal sozinha até lá, oque causou grande espanto em todos.

Ainda que, como sempre estando de speed eu fui pela BR 116 e ao longo dela, esbarrei em muitos conhecidos, dentre eles alguns bastante amistosos e solicitos, e outros nem tanto. Porém, este ano nem, ao menos poderia ter ido apenas para acompanhar os participantes conhecidos, e que treinam no mesmo clube que eu. Interessante, porque ano passado eu tinha equipe de triatlon e me entrosava bem mais com as agendas de ciclismo, e as de natação.


Mas, queria descrever como são diferentes as sensações de se caminhar só em dias chuvosos nesta cidade. Observa-se muitos indigentes sim, parece que eles sempre estiveram nos lugares, porém com pouco movimento temos a impressão de que os estamos vendo pela primeira vez, e isso vem junto com um susto e pavor. Tomo-os por ameaça e fico me imaginando em perigo portando tantas coisas que encima da bike se fazem desnecessárias. Já fui perseguida numa tarde chuvosa quando ia ao meu acupunturista e estava pedalando no trânsito da avenida Ipiranga, altura da Vicente da Fontoura e abruptamente fui abordada por um homem de cor, pedalando num cafão e dizendo-me que era assalto, para descer da bike que estaria me apontando uma arma e tudo mais. Enfrentei-lhe, e a mais outro comparsa que, veio em seguidinha se juntar com o meliante. Me enchi de razão, pois notei que estava numa avenida movimentada e que o covardão nem arma tinha. Me arrisquei a xispar de suas vistas, mas não sem antes gritar com ele, que era tudo UM ABSURDO!

É, eu perdi o meu medo, o meu medo da chuva, pois a chuva voltando prá terra trás coisas do ar.

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